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quinta-feira, 28 março, 2024

Turquia derrubou avião russo para proteger comércio de petróleo com EI, diz Putin

Após estabelecer sanções econômicas à Turquia, Putin afirmou que derrubada do avião envolve fornecimento de petróleo pelo EI (EFE)

Redação | São Paulo – Opera Mundi

Ancara nega que negocia petróleo com Estado Islâmico e afirma pedir desculpas por “cometer erros”, não por “cumprir dever”

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (30/11) durante a COP21, reunião de cúpula da ONU sobre o clima, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a Turquia abateu o caça russo na última terça-feira (24/11) para manter o comércio de petróleo com o EI (Estado Islâmico). Ancara, porém, nega que compre petróleo do EI, cujo território é alvo de bombardeios da Rússia.

“Temos todos os motivos para pensar que a decisão de abater nosso avião foi feita por conta do desejo de proteger as linhas de fornecimento de petróleo para o território turco”, declarou Putin.

O presidente russo, que havia exigido um pedido oficial de desculpas da Turquia, classificou a derrubada do avião como um “erro enorme” e disse que não se encontrou com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, embora os dois estejam em Paris para a conferência das Nações Unidas. Erdogan afirmou que as alegações de que Ancara compra petróleo do EI são uma “calúnia”.

Também nesta segunda-feira, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou em Bruxelas que “nenhum país deveria pedir que nos desculpemos”. Davutoglu participava de uma reunião com o secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), da qual a Turquia faz parte. “Proteger nossas fronteiras em terra e nosso espaço aéreo não é apenas um direito, é um dever. Nós pedimos desculpas por cometer erros, não por cumprir nosso dever”, disse o premiê.

A derrubada do avião instalou uma crise diplomática entre os dois países. No último sábado, a Rússia anunciou uma série de sanções econômicas à Turquia.

Segundo a versão de Moscou, o avião se encontrava no espaço aéreo da Síria e não havia sido notificado, o que é negado por Ancara.

“Os dados dos EUA que eu vi corroboram a versão turca dos acontecimentos. O avião estava na Turquia, atuando na Turquia e foi notificado repetidamente”, declarou a jornalistas o representante dos EUA na OTAN, Douglas Lute.

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