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quinta-feira, 28 março, 2024

Trump ignorou alerta sobre coronavírus

Washington, (Prensa Latina) Altos funcionários públicos do governo estadunidense ignoraram advertências iniciais sobre a pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 e a possível escassez de suprimentos para enfrentá-la, segundo uma denúncia divulgada hoje por meios norte-americanos.

O doutor Rick Bright, que dirigia a Autoridade de Investigação e Desenvolvimento Avançado Biomédico, agência encarregada de desenvolver uma vacina contra o coronavórus, foi removido desse cargo em abril porque, segundo disse então, tinha recusado tratamentos sem mérito científico, entre eles um promovido pelo presidente Donald Trump.

Bright alegou em uma queixa de denunciante apresentada nesta terça-feira que foi um dos poucos servidores que emitiu uma advertência sobre a hidroxicloroquina, o remédio contra a malária que o mandatário republicano tinha defendido como efetivo contra o vírus, apesar da falta de evidências.

Assim mesmo, argumentou ter expressado sua preocupação de que o coronavírus poderia se estender para além da Ásia a partir de janeiro, mas se encontrou com ‘indiferença que depois se converteu em hostilidade’ por parte dos líderes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, por suas siglas em inglês).

De acordo com a queixa, também expressou preocupação a seus superiores na administração Trump sobre a escassez de suprimentos importantes, incluindo máscaras de proteção, mas suas palavras foram recebidas com ceticismo e surpresa. Bright disse que, além disso, pediu à liderança do HHS que expandisse o abastecimento de materiais para testes de diagnóstico do coronavírus, incluindo hisopos, meios de transporte viral e reagentes químicos.

Em uma ligação de telefone a jornalistas após apresentar sua queixa, o doutor manifestou que também foi pressionado para deixar que a política e o amiguismo se impusessem acima das opiniões dos melhores cientistas que se encontram no governo.

Sua denúncia indicou que a discórdia com altos funcionários públicos começou desde antes da pandemia, pois disse que foi pressionado para estabelecer contratos com a empresa Aeolus Pharmaceuticals, porque seu diretor executivo era amigo de Jared Kushner, genro e assessor de Trump.

De acordo com o canal de televisão CNN, a decisão de Bright de divulgar publicamente suas preocupações expôs meses de confusão dentro de uma das divisões essenciais do HHS encarregadas de responder à pandemia do coronavírus.

Suas acusações propuseram sérias perguntas sobre a distorção política que se está infiltrando na resposta do governo à pandemia, a medida que as preferências de Trump por uma droga eclipsaram seus méritos científicos, agregou o canal.

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