Bogotá, (Prensa Latina) O Tribunal Permanente dos Povos (PPT), um tribunal de opinião sem implicações judiciais, reúniram-se aqui nesta quinta (25) para analisa a responsabilidade do Estado colombiano nos atos de violência relatados quase diariamente no país.
A iniciativa judicial é baseada em um dossiê elaborado para a ocasião pelo Movimento Nacional das Vítimas de Crimes de Estado, que reúne centenas de organizações sociais que passaram meses documentando os argumentos sobre esses casos.
O objetivo é demonstrar a existência de práticas genocidas como o assassinato de líderes sociais e ex-guerrilheiros, a lenta implementação do Acordo de Paz de Havana, e a responsabilidade do Estado nestes eventos.
O Estado colombiano tem sido acusado em mais de uma ocasião de ser responsável pela onda de violência que o país sul-americano vem experimentando há décadas, às vezes diretamente como no chamado genocídio da União Patriótica ou nos falsos positivos, outras vezes devido à falta de políticas eficazes contra estes e outros atos.
Os casos serão apresentados antes do TPP hoje em Bucaramanga, amanhã em Bogotá e sábado em Medellín, cada dia dedicado a grupos relacionados, como partidos e organizações políticas, organizações sindicais, e finalmente à revisão de casos históricos, entre eles os bem conhecidos massacres de Las Bananeras (1928) e das Repúblicas Independentes (1964).
Treze juízes participarão das sessões, incluindo o francês Michel Fosrst, a italiana Luciana Castellina, a nicaraguense Lottie Cunningham, Mireille Fanon, presidente da Fundação Frantz Fanon, e o padre mexicano Raúl Vera.
No dia anterior, quase vinte congressistas colombianos enviaram uma carta ao Presidente Iván Duque e outras autoridades de seu governo para considerar a participação ativa do Estado no processo, e assim compartilhar a verdade com as vítimas, suas famílias e comunidades afetadas.