Em meio ao feriado nacional nos EUA, vírus afeta negociações nas bolsas e nos mercados de commodities; analistas pedem cautel
Por Tatiane Correia – Jornal GGN – Os mercados internacionais fecharam em queda nesta sexta-feira, em meio ao temor criado pela nova variante do coronavírus.
Nos Estados Unidos, a queda vista nos índices Dow Jones e S&P 500 na Black Friday foi a mais expressiva desde 1950.
O índice Dow DJIA operava em queda de 2,53%, aos 34.899 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 2,27% e o índice Nasdaq caía 2,23%.
Vale lembrar que as negociações nos EUA foram reduzidas devido ao feriado de Ação de Graças.
No mercado de commodities, o índice West Texas Intermediate (WTI) ficou abaixo de US$ 70/barril pela primeira vez desde o final de setembro, enquanto o preço do barril Brent ficou abaixo dos US$ 75, segundo dados da Bloomberg.
Resposta deve ser a mesma à qualquer vírus mutante
Reportagem do site Market Watch coloca a variante como a de mutação mais expressiva já registrada, fazendo com que ela seja mais transmissível e menos efetiva contra outras variantes.
Pode-se dizer que tal notícia é tudo aquilo que muita gente não queria ouvir após dois anos de pandemia.
A equipe de análise da Saxo Bank chegou a recomendar “extremo cuidado” por conta dos “riscos extremos” de volatilidade no cenário de curto prazo.
Uma das justificativas é a mudança de foco que a notícia da variante representa em termos de posicionamento de mercado.
Um comentário mais duro nesse sentido foi feito por David Durand, fundador e analista no Wall Street Sun and Storm Report.
Para ele, a resposta à nova mutação deve ser semelhante à dada aos novos vírus da gripe – ou seja, com a criação de novas vacinas.
“Você pode imaginar se o mercado de ações reagisse toda vez que houvesse uma nova variante da gripe que exigisse uma nova vacina?”, questionou.
A nova variante do coronavírus foi inicialmente detectada na África do Sul, mas já foram vistos casos na Bélgica, em Hong Kong e em Israel.
A notícia em torno da nova variante já levou diversos países europeus a fecharem suas fronteiras para seis países da região sul do continente africano.