Buenos Aires (Prensa Latina) Trajados com seus tradicionais jalecos brancos, centenas de professores argentinos saíram nesta segunda-feira (06) às ruas em meio a uma paralisação de 48 horas para exigir salários justos e dignos.
Na capital, onde da mesma forma que em vários pontos do país o início de curso foi adiado, os docentes, apoiados por representantes da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) se concentraram na praça dos dois Congressos.
Dali partiram até o Palácio Pizzurno, sede do ministério da Educação, portando uma mensagem de unidade e de reivindicação por uma paritária nacional docente, como são conhecidas aqui as negociações salariais.
Com bandeiras e cartazes nas mãos, uma massa compacta ocupou as ruas portenhas com o rufar dos tambores de fundo, frases e consignas.
Enquanto o presidente Mauricio Macri inaugurava o ciclo letivo na província de Jujuy junto ao ministro da pasta, Esteban Bullrich, no restante do país, neste primeiro dia de aulas, as salas das escolas públicas permaneceram vazias.
Apenas três províncias, Jujuy, Santiago do Estero e San Luis, começaram as aulas. No resto, em todos os níveis, 12 milhões de alunos ficaram em suas casas.
Os professores apontaram que depois da paralisação de 48 horas e a outra marcha a ser realizada amanhã acompanhando a Confederação Geral do Trabalho, preparam um plano de luta por melhores salários e condições de trabalho.
Paritária nacional já, reclamam os professores, que são contrários à existência de salários diferentes nas 23 províncias e na capital federal, depois da decisão do Executivo nacional de deixar nas mãos das gobernaciones (Estados) o montante do mínimo salarial segundo as possibilidades de cada uma.
A grande maioria dos governos locais propõe 18 por cento a pagar em quatro quotas, atreladas ao índice da inflação, o que se reduz mais ou menos a 250 pesos (16 dólares) por mês em cada trimestre, dependendo da carreira docente enquanto os professores pedem um reajuste de 35 por cento para compensar a perda pela inflação, que em 2016 se elevou a mais de 40 por cento.
A Argentina amanheceu hoje assim, numa semana que promete muito movimento político e judicial, com várias marchas de protesto.