Montevidéu (Prensa Latina) A contestada concessão pelo governo uruguaio de um monopólio portuário a uma multinacional, reiterada esta semana, toma hoje um novo rumo com um pedido formal de anulação.
Também para os legisladores Charles Carrera e Daniel Caggiani, o que o presidente disse no Twitter foi uma intervenção pública velada de pressão sobre o sistema de justiça que deve funcionar sem qualquer tipo de interferência.
Deputados de esquerda apresentaram ao Poder Executivo na sexta-feira um recurso de anulação do contrato firmado com a belga Katoen Natie para lhe conceder o controle do Terminal de Contêineres de Montevidéu por 50 anos.
Os legisladores consideram que a resolução emitida a favor da Presidência da República carece de contornos formais e constitucionais, sem procedimento administrativo prévio, motivação errônea e ausência de fundamentação.
Ressaltaram que a criação de um monopólio privado e de uma sociedade de economia mista é matéria de competência do Legislativo e, consequentemente, o acordo ‘viola flagrantemente as normas constitucionais’.
Enquanto isso, a fórmula da coalizão parlamentar governante para financiar o Instituto Nacional de Colonização (INC) foi rejeitada porque reduziu os recursos para comprar terras para alugar às famílias rurais para seu desenvolvimento.
O senador Alejandro Sánchez destacou que o INC ‘sai perdendo’ um financiamento de 30 milhões de dólares oriundos da arrecadação de impostos que passarão a constituir um fideicomisso para assentamentos suburbanos irregulares, um problema social que requer pelo menos 1,2 bilhão de dólares.
A este respeito, a Coordenadora Nacional de Assentamentos do Uruguai afirmou que a solução para sua causa não é confrontar os pobres do campo com os da cidade, e seus associados marcharam ao Torre Executiva junto com a Federação das Cooperativas da União Programa de Habitação e Rede de Panelas Populares.
Mais na justiça do que no atual parlamento, a Frente Ampla confiou no caso do deposto Ministro do Turismo, Germán Cardoso, sujeito a uma comissão legislativa de investigação, por contratação direta irregular de empresas de publicidade de alto valor.
O deputado Eduardo Antoni, que liderou uma denúncia de bancada, confirmou que durante muito tempo Cardoso ‘foi notícia na imprensa por estar no fio da navalha’ por causa dos áudios do Ministério Público por suas ligações com um policial processado por corrupção.