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sexta-feira, 19 abril, 2024

Por quem os sinos dobram na Ucrânia

Daniel Vaz de Carvalho

1 – A pergunta que se impõe

Por que se morre na Ucrânia? Por que não se questionaram as mortes de guerras noutros países? Perante qualquer fenómeno o conhecimento será tanto mais aprofundado e consistente quanto, perante cada resposta continuarmos: porquê? Foi assim, comprovando cada hipótese encontrada com a experiência, que se passou do “conhecimento vulgar” para o conhecimento científico. O conceito de dúvida metódica também ajudou.

Perante qualquer guerra, há o dever face às vitimas diretas e indiretas (que somos todos nós) de saber porque ocorre aquele cortejo apocalíptico de mortes, sofrimentos, destruição. Se pararmos depois do primeiro “porquê?”, neste caso “a Rússia invadiu a Ucrânia”, temos uma verdade parcial e como já os filósofos gregos ensinaram, verdades parciais conduzem ao erro.

Em 4 de fevereiro de 1943, o Volkisher Beobachter (Observador popular), jornal do partido nazi, dava na primeira página a sua resposta à questão da guerra:   “Sie starben damit Deutschland lebe” (Eles morrem para que a Alemanha viva). Tinham avançado para Leste proclamando o seu direito a “espaço vital”, sem consideração pelo espaço dos “outros”, subhumanos perante a “raça dos senhores”. Face às derrotas infligidas pelos soviéticos, passaram a proclamar a “defesa da civilização ocidental”.

Na Ucrânia também se morre em mais uma tragédia, para que viva o “império das mentiras” (Andrei Martyanov). Um país levado ao caos, destruição, morte e ódio, entre povos que ainda não há muito estavam unidos pela História, pela cultura. Não é inédito, já o vimos na ex-Iugoslávia, há quem saiba quais os mecanismos individuais e coletivos que levam as pessoas nesse sentido. Os nazistas também sabiam “como”.

O mercenário Andrew Hill.

O que se está afinal a defender na Ucrânia? O mercenário Andrew Hill do RU numa mensagem aos seus colegas [1] diz para deixarem a Ucrânia, imediatamente. Veterano do Afeganistão, alistou-se na “Legião Estrangeira” da Ucrânia para ganhar dinheiro. Feito prisioneiro, disse não ter ideia da situação no país e da guerra no Donbass. Seduzido pelos recrutadores ocidentais, encontrou-se na companhia de criminosos, violadores, sádicos e saqueadores, que vieram para a Ucrânia não apenas por dinheiro, mas pelo prazer destes processos. Contudo não encontrou nada como um passeio fácil e um “safari”. Encontrou-se no “inferno”, face a operações militares de grande escala, falta de munições, medicamentos e mesmo comida. Isto os mercenários resolviam roubando aos residentes locais, copiando os seus colegas ucranianos. A H ficou sobretudo chocado com as “forças de segurança” ucranianas, geralmente neonazistas, psicopatas, alcoólicos e marginais, incapazes e sem vontade de lutarem. A sua “luta” era sobretudo contra os civis, roubando, violando e matando.

Na investigação dos Panamá Papers, aparecem 38 políticos ucranianos, entre os quais Zelensky, acusado, ainda antes de ser eleito, de fuga aos impostos. Duas das empresas offshore pertencentes a parceiros de Zelensky foram usadas para comprar três propriedades luxuosas no centro de Londres, ele próprio possui mansões em Miami e na Itália.

Mas a guerra da OTAN contra a Rússia sai cara. Zelensky, diz que a Ucrânia necessita 7  bilhões de dólares por mês para cobrir o défice do Estado. Para reconstruir o que foi destruído em dois meses e meio são necessários 600  bilhões de dólares. Os EUA já deram 14 bilhões de dólares e aprovaram mais 40 bilhões. A UE, mais modesta, uns 5 a 6 bilhões de dólares. O RU irá entregar em armamento mais 375 milhões de dólares, além dos 250 milhões já enviados.

A guerra não é uma coisa terrível para todos. Grande parte destes valores fica nas mãos dos fabricantes de armas que estão felizes e tanto lhes faz que este armamento seja destruído mesmo antes de ser usado, não importa, fabricam mais. A outra parte é para sustentar os “assessores” dos EUA e o Estado fascista, falido e corrupto, em que se tornou a Ucrânia após 2014.

Mas a questão que os economistas neoliberais não fazem, apesar de muito preocupados com as “boas contas” dos Estados e regras para controlar a inflação – pela austeridade sobre os salários – é:   Qual o valor daquele dinheiro criado a partir do nada?

2 – Ouvir noticiários e não pensar em mais nada

Cartoon 'O culpado'.

Jornalista:  Sabe que isso não é verdade. São alegações infundadas.

Editor de notícias:  Infundadas talvez, mas verdadeiras ou falsas são notícia. Estamos em guerra com essas pessoas. A única forma de os vencer é atacar e expor. Atacar e expor. [2]

Em qualquer guerra há sempre uma espessa cortina de fumaça de mentiras que encobrem tanto os factos como as causas. Mas nestes contornos da manipulação há apesar de tudo uma maior aproximação aos factos pelo vencedor num dado momento. Mesmo a propaganda nazi não precisava mentir sobre o andamento da guerra até finais de 1942. Além disto, o que não tem lógica tem toda a probabilidade de não ser verdade. Claro que a “lógica” da situação está para o comum das pessoas camuflada com dados falseados.

A narrativa da guerra da Ucrânia passa para a opinião pública, como se em termos de História Mundial nada se tivesse passado entre 11 de setembro de 2001 e 24 de fevereiro de 2022. De forma que apelar à paz é crime e russos, mesmo cidadãos exemplares, trazem consigo o pecado original de o seu país não se submeter ao império.

Grotescos ou dissertando sobre sofismas gerados nas centrais de desinformação, a narrativa dos “comentadores” é linear como as das histórias para crianças. Há a fada boa e a fada má. Para as criancinhas serem obedientes falava-se no “papão” que os castigava. A lógica não se entendia, mas as crianças obedeciam a quem mandava. Neste caso, o Tio Sam.

O papel da mídia corporativa é esconder a realidade e fazer humor para que as pessoas não se apercebam de quão grave é a situação que se vive, podendo encaminhar-se para uma guerra global. Salvo exceções repete-se ou quando muito não se afastam do que vem de Washington. O exemplo de Julian Assange, em sofrimento, sujeito a indescritíveis condições prisionais, como se fosse o pior dos terroristas, simplesmente por divulgar verdades, atua como dissuasor.

As fantasiosas narrativas da mídia, à medida que o tempo passa desfazem-se como neve à luz e calor do Sol. A Rússia tinha perdido a guerra (em março), não tinha peças de reserva para material militar, a China recusava-se a fornecer peças, soldados rebelavam-se, generais russos mortos aos quais se perdeu a conta, aviões russos a caírem às dezenas, tentativa no Kremlin de derrubar Putin, etc. etc.

Claro que pessoas tendo como fonte de (des)informação apenas noticiários da TV são incapazes de avaliar as consequências das opiniões que formam e decisões que tomam, pois o que veem e ouvem baseia-se na guerra mediática em que a UE e OTAN se envolveram. Mas é também uma guerra perdida, à medida que a realidade vai permitindo, a quem fizer algum esforço de memória, distinguir entre fatos e manipulação, entre conjeturas e verdades. Até porque autoridades dos EUA já admitiram que produzem continuadamente desinformação sobre a guerra com a leal colaboração dos media ocidentais.

3 – Sobre a guerra

A frente de ataque concentrava-se em 24/5 no ataque a Sverdonetsk, avançando para Kharkov, e a Mykolavev, cercando Odessa também sujeita a intensos bombardeamentos para destruir armazenamento de armas da OTAN e concentrações de tropas. Quanto à região de Lugansk (apenas parte estava incluída na RP de Lugansk) está praticamente completada a sua libertação do regime de Kiev e dos seus nazis. Na região do Donetsk, várias povoações têm sido tomadas e as últimas concentrações de tropas ucranianas estão sujeitas a cerco.

O diariamente as perdas ucranianas variam de acordo com a Rússia entre 200 a 500 militares, além de prisioneiros, feridos e desaparecidos. Fontes ucranianas falam em 100 mortes por dia entre as suas tropas.

A resistência das forças ucranianas está a deteriorar-se rapidamente. Soldados depõem as armas, rendendo-se ou simplesmente tentam voltar para casa. Muitos queixam-se de serem enviados para ofensivas e serem abandonados pelos comandos. Mas há também relatos de forças tomando casas, escolas e hospitais, escondendo-se atrás de civis onde as forças russas têm de os derrotar, enquanto os habitantes civis sofrem toda a situação.

Para Dmitry Kormyankov, coronel, chefe do Estado-Maior da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, prisioneiro: “A Ucrânia poderia fazer concessões para acabar com o conflito, os pontos principais são um regime sem OTAN e uma garantia de não agressão”. Mas isto são palavras que Kiev não quer ouvir, embalada com os dólares e euros que chovem.

Selo polaco com a cara do Zelensky.

Enquanto Zelensky se pavoneia nas TV, Parlamentos e Davos, o desprezo do regime de Kiev pelos seus soldados está bem refletido em notícias que aparecem sobre manifestações de mulheres que se queixam que seus filhos e maridos são enviados para combater apenas como “carne para canhão”. Segundo uma notícia (teletexto da RTP em 22/5) mulheres e mães querem recuperar os corpos dos seus maridos e filhos mortos ou desaparecidos ou sem informação há semanas. Estas mulheres concentram-se na praça Maidan e queixam-se que ninguém sem experiência militar devia ser enviado para a frente de combate. O marido de Emiliya, 37 anos, foi morto em 17 de abril com mais 20 colegas. Ala procura o filho de 31 anos, enviado para combater apesar de não ter treino militar. Ala sabe que o filho morreu com mais 26 colegas. O grupo existe para ajudar mães e mulheres de soldados e queixa-se de não receber qualquer apoio institucional, declararam à agência EFE.

Indiferentes a esta tragédia líderes da UE, como o sr. António Costa, Primeiro Ministro de Portugal, vão a Kiev prestar homenagem e dar dinheiro a Zelensky. Dinheiro que há para armas e para a corrupção endémica na Ucrânia, mas que para atualizar salários não existe, pois causa… inflação. Isto apesar de Zelensky ter proibido partidos socialistas e mesmo da direita, prendido, torturado, até morto elementos da oposição.

Uma das principais tarefas das forças armadas russas é destruir o armamento e munições “oferecidos” pela OTAN que chegam à Ucrânia. A Rússia tem destruído centros ferroviários e meios de transporte. Alguns fornecimentos têm sido despejados na Ucrânia por via aérea. É uma ilusão pensar que fazer chover armas e dinheiro produz magicamente tropas treinadas, entusiastas e capazes de usar tais armas. A Rússia tem destruído uma quantidade significativa desse material e morto soldados e pilotos capazes de utilizar esses sistemas.

Tal como nos finais da Alemanha nazi, além dos nazis fanáticos o combate fazia-se por desespero, procurando cada um salvar-se, assim está a resistência ucraniana. É nestes moldes que prossegue a “operação especial de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”.

Mercenários.

Apesar de grande parte das tropas nazistas estarem liquidadas, mortos ou prisioneiros, os EUA armaram e treinaram militantes de extrema direita, descendentes ideológicos de criminosos de guerra nazis diretamente envolvidos no extermínio em massa de judeus, eslavos e ciganos durante a Segunda Guerra Mundial. Estas tropas de assalto ucranianas estão entre os combatentes mais cruéis e malignos que Washington já empregou para implementar sua agenda de política externa. (Mike Whitney)

Num perfeito ataque de insanidade, os governos da Finlândia e a Suécia decidem aderir á OTAN. Para se chegar a isto foi preciso na Suécia assassinar Olof Palme (1927-1986) e destruir o seu legado anti-imperialista e antifascista.

A cúpula da UE, à revelia de qualquer consulta ou discussão pública, adere ao belicismo que se expande perigosamente para o Extremo Oriente. Não é apenas a Rússia que é preciso abater é também a China e a Coreia do Norte. Von der Leyen foi ao Japão dizer que Moscou “é hoje a ameaça mais direta à ordem mundial com a guerra bárbara contra a Ucrânia e o perturbador pacto com a China”. A UE procura ter “um papel mais ativo” e “mais responsabilidade” numa região que considera “vital para a sua prosperidade”. Foi assim deixada uma “mensagem” contra a ascensão militar de Pequim na região, “uma região com tensões crescentes”, destacou Von der Leyen, assinalando os testes de armamento da Coreia do Norte e o elevado perfil militar da China.

4 – Não molestar o urso

A Rússia tem sido representada como um urso. Os ursos são animais que podem ser domesticados, amigáveis, divertidos, mas cuidado: não molestem os ursos, podem tornar-se terríveis. Pelos vistos, a OTAN, esqueceu-se, já Dimitri Rogozin em “Os falcões da paz” o tinha lembrado (ver aqui e aqui).

No discurso do Dia da Vitória, Putin recordou-o:  a Rússia tomou ações preventivas porque a OTAN criou uma ameaça absolutamente inaceitável nas fronteiras russas. De acordo com analistas da China o discurso enviou um sinal claro que a Rússia não aceita ser pressionada e constrangida no seu espaço estratégico, embora mostre disposição para negociações em pé de igualdade e reconhecendo os seus interesses.

Quem tem pouco espaço para negociações é o “ocidente” ao adotar uma patética política russofóbica, dando margem ao fascismo interno. Mas esta forma de ver o mundo entre “nós os bons e os maus a abater” não é política, é a forma de não a ter.

O problema é que os bons, não são como pensam. Em 2000, quando Putin chegou ao poder 75% dos russos viviam na pobreza, as poupanças deixadas da era soviética tinham sido perdidas, tal como direitos sociais, benefícios médicos, etc.

Claro que há os crimes de guerra que no ocidente fazem furor contra a Rússia. Porém, para além de abusos que possam ter havido (alguém se lembra do que se passou no Iraque ou no Afeganistão e Paquistão?) o que é certo são os crimes dos nazis ucranianos divulgados aqui e aqui.

Nazi com tatuagens satanistas.

A realidade mostra que cidadãos ucranianos se tornam escudos humanos das tropas refugiadas nas cidades e reféns de nazis como na Azovstal. Reconheça-se a eficiência da propaganda ocidental na versão que deu destes fatos, bem como o ensurdecedor silêncio dos defensores de direitos humanos até sobre os laboratórios de guerra biológica dos EUA na Ucrânia, que a Rússia leva a debate para a ONU.

Para “ajudar” o trabalho do Tribunal Penal Internacional a Rússia tem elementos preparados evidenciando crimes dos nazis ucranianos e, entre os prisioneiros, há soldados e oficiais ucranianos que serão julgados por crimes contra a população do Donbass.

Ao comprar uma guerra contra a Rússia os EUA/OTAN caíram na armadilha que tinham aplicado para pequenos e fragilizados países. Ao que parece não têm mais soluções senão sanções e despejar armas, a menos que se atrevam a provocar uma guerra nuclear.

As sanções têm sido um êxito… para a Rússia. O dólar já caiu para menos de 58 rublos e o euro para menos de 60. Os 500 bilhões de dólares de ativos ocidentais na Rússia mais que pagam os 300 bilhões bloqueados no ocidente. As sanções e o aprofundar do conflito, levaram ao aumento dos preços de matérias-primas e energia, que aliás se traduzem em maiores rendimentos para a Rússia apesar de diminuir as exportações. Acerca do desempenho da economia russa ver: aqui.

Na UE o delírio vai ao ponto de querer prescindir de petróleo e gás da Rússia. Os investimentos necessários e o tempo que levarão a concretizar-se servirão apenas para obter matérias-primas muito mais caras que arrasarão a competitividade europeia. Ao fim de três meses de guerra, por toda a UE empresas fecham ou estão parcialmente paralisadas, a inflação está sem controlo e, afinal, 50 empresas da UE pagam o petróleo russo em rublos.

A questão resume-se a saber quanto tempo o bom senso demorará a fazer-se sentir e negociar com a Rússia. A estratégia dos EUA de continuar esta guerra durante longo tempo de forma a esgotar a Rússia, esgota-se por si própria. A unidade na UE é uma encenação que se esboroa, com a Hungria a mostrar o que outros não têm coragem: a CE não tem resposta para como os diversos países poderão suportar o choque de um embargo ao petróleo e gás da Federação Russa.

Os EUA querem a todo o custo que a UE sustente financeiramente a Ucrânia, um buraco negro económico. Já o era antes desta guerra. As regras da UE terão de vergar-se em obediência ao “atlantismo” para a Ucrânia nazificada, corrupta e no caos econômico e social possa aderir. A camarilha de Kiev, afirma não tolerar não receber o estatuto de candidata à adesão. Quer colocar a UE ao seu serviço, perpetuando-se no poder, indiferente aos dramas da sua população. O ministro francês, Clement Bom, desilude-os bem como aos loucos suicidas dentro da UE: “seria uma mentira prometer à Ucrânia uma rápida entrada na UE.” (Intel Slava Z, Telegram 10/5)

5 – Cair na realidade

Quando a cauda (a clique de Kiev, estimulada por Washington) deixar de abanar o cão (a Europa do ocidente) a UE verificará que sem negociar com Putin e Lavrov não tem solução para si própria. Até lá resta-lhe assistir à quebra do nível de vida, aumento da pobreza, conflitos sociais e insegurança, definhando economicamente. De facto, os que pensam poder viver à margem da realidade manipulando-a estão, mais cedo ou mais tarde, destinados a falhar. É o que também acontece aos EUA.

Recursos da Novorússia.

A Rússia reconstitui a Novorossiya de séculos passados, de Kharkov a Odessa. E está a instalar-se para ficar, o rublo circula em Kerson, um departamento especial foi criado para a reconstrução dos territórios libertados, livres dos grupos nazis cujo herói era o criminoso das SS ucranianas Stephan Bandera. Cerca de 1,4 milhões de habitantes das repúblicas do Donbass e da Ucrânia foram evacuadas para a Rússia e regressarão, o que não irá acontecer a milhões que a UE terá de sustentar.

Com a constituição (mesmo informal) da Novarússia. A situação altera-se qualitativamente:   ou Zelensky é afastado, dando lugar a um acordo de paz ou é seguida a narrativa tresloucada dos neocons e o ocidente está a comprar uma guerra em grande escala, mesmo nuclear. Já foram avisados. Também tinham sido quanto ao conflito na Ucrânia.

Lavrov diz que os esforços da Rússia destinam-se a livrar o mundo da opressão do ocidente, contribuindo para o processo de libertação da opressão neocolonial do Ocidente, fortemente implicado em racismo e num complexo de exclusividade.

De qualquer forma, a guerra da Ucrânia constituiu uma viragem tanto no campo militar como no psicológico e político. Estes efeitos não são ainda visíveis na UE, mas no resto do mundo diminui a confiança nas capacidades de liderança dos EUA, na sua superioridade e “excecionalidade”. Por isso o que se passa na Ucrânia, infelizmente pelas opções e escolhas erradas a que grande parte da população foi induzida, é tão fundamental tanto para a Rússia como para os EUA.

É altura de “cair no real” como se diz no Brasil. Entre o cenário otimista de paz e o nuclear, esperemos que o vírus ucraniano não se espalhe pelo resto da Europa. Porém, conhecendo a natureza do imperialismo, não podemos esquecer a parábola da rã e do escorpião.

[1] Em inglês https://t.me/s/intelslava 02 de maio, 20.30. Ver também o testemunho de Henry Hoeft mercenário dos EUA.
[2] De um episódio de 1994 da série “Colombo”, recentemente passado na RTP Memória.
Este artigo encontra-se em resistir.info

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