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terça-feira, 16 abril, 2024

Guatemala: Fim do acordo com Cuba deixaria uma lacuna na saúde

Guatemala (Prensa Latina) Um eventual fim da colaboração sanitária com Cuba hoje causaria um vazio completo de saúde nas áreas rurais e mais pobres da Guatemala, alertou o cirurgião Ricardo Arriaza, diretor médico da BioHuman.
Em carta aberta divulgada pelo Viser, dirigida ao deputado Felipe Alejos, do partido Todos, que insiste em denegrir aqui o trabalho da Brigada Médica da Ilha (BMC), Arriaza argumentou as consequências de deixar a cobertura parcial ou total sem 88 dos 340 municípios; 12 das 29 áreas de saúde; 143 postos e centros de atenção básica, além de 10 Centros Maternos e Infantis.

A lista é completada por 16 dos 44 hospitais públicos, 35 Centros de Atenção Permanente e quatro hospitais oftalmológicos, onde esses profissionais prestam seus serviços, explicou o também diretor do Comitê Rotary para a Gestão Integral de Risco de Desastres.

Arriaza explicou que, segundo estatísticas do Observatório de Saúde Global da OMS, na Guatemala há 0,4 médicos e 0,1 enfermeiros por mil habitantes (entre os mais baixos da América Latina), dos quais mais de 90% exercem sua profissão na capital e o restante nas capitais distritais.

No que se refere à relação custo-benefício – aspecto muito questionado na atual campanha de descrédito – a Arriaza apresentou números de impacto como mais de 47 milhões de atendimentos em 22 anos de presença ininterrupta, além de 494 mil 360 cirurgias e 218 mil 902 operações de catarata, serviços inatingíveis para uma maioria pobre em clínicas privadas.

Não quantificarei o valor nem o preço que pagariam pelas 332 mil 472 vidas salvas, porque tal seria imoral, nem pelos 1.073 médicos guatemaltecos formados na Escola Latino-Americana de Medicina de Havana, afirmou.

Em vez disso, propôs a Alejos (com carro e gasolina incluídos) ‘ir juntos a La Democracia ou Barillas, em Huehuetenango; a La Tinta, Sayaxché ou Uspantán, um dia de folga a qualquer momento e aí, garanto-vos, encontraremos um Trabalhador humanitário cubano servindo nossos compatriotas com um sorriso nos lábios. ‘

Ciente do trabalho do BMC, com o qual dividiu a atenção dos guatemaltecos durante a erupção do vulcão Fuego em 2018, Arriaza convocou o deputado para verificar como trabalham nesses lugares remotos durante oito horas por dia e atender a qualquer chamada de emergência, já que moram na comunidade.

‘O mesmo trabalho que nós, guatemaltecos, certamente poderíamos fazer, mas não o fazemos, entre outras coisas, porque não há condições para que nossas famílias se desenvolvam de forma humana e digna, nem um salário honroso’, afirmou.

Hoje o BMC conta com 441 cooperados, cobre 16 dos 22 departamentos e participa junto com o Ministério da Saúde na primeira linha de enfrentamento a Covid-19.

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