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quinta-feira, 28 março, 2024

Feliz cidade, Salvador!

Clarindo Silva*

No último artigo que escrevi, falando do empresário e produtor cultural Edmundo Viana, prometi que falaria do aniversário da minha querida cidade do Salvador, mulher com quem tenho timidade desde os idos de 1950, quando depois de mais de 15 horas numa viagem de apenas 162 km, saindo de minha querida Conceição do Almeida.

Era uma noite enluarada, onde do interior do vapor de Cachoeira pude ver esta cidadã a partir do Forte de São Marcelo e do Elevador Lacerda. Encantado falei para minha mãe: “Que lindo essa coisa, parece um pandeirão!”

Assim me referi ao forte de São Marcelo, uma das arquiteturas mais lindas desta criatura chamada Salvador, mas que está sem atividade alguma. Alô, meu compadre Fernando Coelho!

O nosso endereço aqui seria o bairro do Pau Miúdo, mas o destino quis que a carta que veio para tia Chica avisando da nossa vinda chegasse dias depois e o destino nos levou exatamente para o Centro Histórico, coração do Brasil, precisamente para o Largo do Carmo, número 4, residência de Dr  Constantino, bem próximo à casa onde morou Castro Alves, o poeta colosso.

Não demorou muito e fomos para o bairro do Pau Miúdo, onde comecei a minha intimidade com a diversidade de Salvador, onde o Centro e Pelourinho naquele momento ainda eram uma grande referência, não só pela beleza arquitetônica, como pelos seus moradores, como Gregório de Matos, Otávio Mangabeira, Rui Barbosa e outros grandes nomes da nossa história.

Salvador foi crescendo. Imagine que vi nascer o Corta Braço, o IAPI, os Pernambués, o Curuzu, Cajazeiras, a Liberdade, a Barra, o Rio Vermelho, bairro boêmio, abrigando figuras como Jorge Amado, Nelson Gallo, Capinan, Sílvio Batalha e outros tantos. Imagine que meu ex-patrão, Sr. Walter da Costa Pinto e o saudoso Pascoal Romano veraneavam em Itapuã.

Salvador a cada dia se renova, se moderniza, mas continua vivendo suas desigualdades sociais, como qualquer grande cidade. Viver na Bahia é ter as bençãos de Senhor do Bonfim e de todos os santos e de todos os orixás e de todas as forças da natureza.

É simplesmente uma benção divina! Por conta da pandemia, não teremos grandes celebrações, mas vamos nos cuidar! Se tomou a primeira dose da vacina, não se esqueça da segunda! Viva a Vida! Viva Salvador!

*Escritor,  jornalista, poeta, empreendedor.

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