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quinta-feira, 28 março, 2024

Evo Morales pronto para retornar à Bolívia

Buenos Aires (Prensa Latina) Refugiado numa Argentina que lhe abriu suas portas em outro dos momentos mais difíceis de sua vida, o ex-presidente Evo Morales está pronto hoje para retornar à Bolívia com uma caravana que partirá de Buenos Aires.

De acordo com sua equipe de imprensa, na segunda-feira Morales chegará à cidade de La Quiaca, onde deverá atravessar a fronteira para Villazon entre 9:00 e 10:00 horas locais para uma viagem de retorno por estrada a Chimoré.

Nas últimas horas ficou conhecido que o Presidente Alberto Fernández viajará a Jujuy, na fronteira com a Bolívia, para se despedir dele em seu retorno a solo boliviano, onde viajará a várias cidades, acompanhado de vários membros e representantes de povos indígenas, até chegar a Chimoré no dia 11.

A data não é acidental, será um ano desde que ele foi obrigado a deixar o país pela mesma cidade no meio do golpe de estado do qual ele foi vítima.

O líder indígena foi visto nestes dias se reunindo e visitando alguns lugares antes de sua partida da Argentina. Ele esteve, por exemplo, no Museu Malvinas e na antiga Escola de Mecânica da Marinha, um dos maiores centros clandestinos durante a última ditadura militar (1976-1983), onde prestou homenagem aos detidos desaparecidos.

Fortes emoções e momentos difíceis foram vividos pelo ex-presidente desde sua chegada a Buenos Aires em 12 de dezembro de 2019, poucos dias depois de assumir Alberto Fernández, em uma viagem que o levou primeiro ao México para salvar sua vida após o golpe de Estado.

Daqui, como refugiado político, comandou a campanha do Movimento ao Socialismo (MAS), levantou sua voz para denunciar o governo de facto, sofreu a perda de sua irmã pelo Covid-19 e os múltiplos processos que foram abertos contra ele, o que até impediu sua candidatura ao Senado em Cochabamba.

Mas ele também experimentou grandes emoções longe de casa, com o calor que os argentinos e centenas de bolivianos que vivem neste país.

O primeiro presidente indígena da Bolívia, que foi acusado pela OEA de fraude nas eleições de 2019 que levaram ao golpe subsequente, está pronto para retornar à sua pátria e já disse que ajudará a fortalecer a fase de reconstrução de onde quer que esteja.

Em várias ocasiões, Morales agradeceu ao presidente Alberto Fernández e à vice-presidente Cristina Fernández por salvar sua vida, e também ao presidente mexicano Andrés López Obrador, que foi o primeiro país a recebê-lo em sua complicada partida da Bolívia após o golpe de Estado.

 

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