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sexta-feira, 19 abril, 2024

Escândalo do Banestado vê a luz do sol

O Escândalo do BANESTADO (Banco do Estado do Paraná) surge em 1996 com a acusação de o doleiro Dario Messer ter desviado 228,3 mil dólares de uma conta da agência do banco em Nova York.
Abriu-se o caso envolvendo membros do Ministério Público, advogados, donos dos maiores órgãos de imprensa no Brasil, 526 pessoas físicas, a grande maioria de políticos de todos os partidos.
Uma CPI foi criada para investigar o escândalo. Ela teve como presidente o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), como vice-presidente o deputado Rodrigo Maia (DEM, na época PFL-RJ) e como relator o deputado José Mentor (PT-SP).
Apurou-se que o valor ilegalmente retirado do Brasil foi 380 bilhões de dólares, o que constituiu até então o maior crime financeiro de nossa história.
A fonte maior desta corrupção foram as privatizações do Governo Fernando Henrique Cardoso. Na área jurídica, o responsável foi o juiz Sergio Moro, que atendendo requerimento do Promotor Carlos Fernando Santos Lima, cuja esposa, Vera Lucia era gerente da agência Foz do Banestado, não anexou as provas no processo, fazendo com que os envolvidos fossem absolvidos “por falta de provas” nas instâncias superiores.
Entre os absolvidos estava o próprio relator, José Mentor, o Ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Superior Tribunal Eleitoral (STE), o atual presidente do Senado, David Samuel Alcolumbre (DEM-AP), e o senador Tasso Ribeiro Jereissati (PSDB-CE), relator do recém aprovado projeto de privatização do saneamento básico no País.
O delegado Celso Três, da Polícia Federal, que investigou o crime, foi transferido para o interior de Mato Grosso.
O portal Duplo Expresso por seu Editor-chefe, Romulus Maya, fizeram vir à tona todo este escândalo quando obtiveram as listagens das contas CC-5 (usadas para as transferências dos valores) e as encaminharam para análise por vários grupos no Brasil e no exterior.
Na quinta-feira, 25 de junho passado, e no domingo 28 de junho, o próprio advogado e blogueiro Romulus Maya iniciou a divulgação e análise dos inventários recebidos. Para Maya, a divulgação é importante para entender que o esquema de lavagem de dinheiro, por políticos e empresários em paraísos fiscais, está intrinsecamente ligado ao desmonte do Estado brasileiro, intensificado nos últimos quatro anos.
Em resumo, os doleiros enviavam recursos por meio de contas CC-5 da agência Foz, do Banestado, para agência em Nova Iorque.  Quando o dinheiro chegava aos Estados Unidos da América (EUA), eles movimentavam os valores entre contas estadunidenses. Em seguida, enviavam a paraísos fiscais, para contas administradas pelos proprietários dos valores, mas registradas em nomes fantasias, ou estes valores retornavam ao Brasil, como investimentos estrangeiros.
Não se pode dizer que é um caso encerrado. Ao contrário, está começando e, além da punição dos culpados, agentes, auxiliares, ocultadores, espera-se uma auditagem nas contas bancárias para que não se repitam estes crimes.

 

Fonte DCM

 

 

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