Meias verdades, declarações fora de contexto, acusações sem provas nem argumentos, sensacionalismo desenfreado sem corroborar nem contrapor fontes, são cotidianos na grande imprensa salvadorenha.
As redes sociais prestam-se ao famoso ‘fake news’ (notícias falsas) e o ‘fact checking’ (verificação de fatos) brilha por sua ausência em meios de grande tiragem, alcance e presença neste país.
A iminência das eleições legislativas e municipais, em 4 de março próximo, intensificou a ofensiva contra a histórica formação salvadorenha de esquerda, cuja verdade é silenciada pelos meios de imprensa.
A retórica atual concentra-se em questionar a mudança social alcançada pelas duas administrações da Frente, vendendo uma ideia de Estado frustrado e de que a situação continua igual, ou pior.
Algumas capas recriam-se no morbo da violência e outras nas pesquisas propícias, embora as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos tenham ridiculizado a eficácia das pesquisas.
Ademais, os políticos da Arena recorrem a tertúlias e entrevistas de emissoras afins para mentir sistematicamente sobre a obra da FMLN, sem argumentar suas críticas nem oferecer propostas pontuais.
Entre as falsidades repetidas se destaca o mito de que a pobreza aumentou durante os governos da FMLN, quando os indicadores internacionais evidenciam o contrário.
Em 2008, no último ano da Arena no poder, a pobreza afetava 40 por cento dos lares, enquanto no ano passado baixou de 30 por cento, pois aumentaram os rendimentos salariais e as remessas.
Também não é verdade que aumentou o custo da vida (a cesta básica diminuiu em relação ao ano anterior) nem que Arena apoia o trabalho policial, pois negaram votos para sua modernização.
Por outro lado, os porta-vozes da direita afirmam que se perderam 35 mil empregos em 2017, mas o Instituto Salvadorenho de Seguro Social registrou mais altas, e aumentou a demanda de trabalho agrícola.
Arena poderia admitir que legou 12 dos atuais 20 impostos, ou que o país tem o menor investimento estrangeiro da região desde 2006, porém esses fatos, tristemente, não dão manchetes nem captam votos.