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sexta-feira, 29 março, 2024

Depois de 12 horas, Senado argentino aprova pagamento a abutre

Buenos Aires, 31 mar (Prensa Latina) Depois de 12 horas de sessão uma sessão intensa, o Senado argentino aprovou hoje o projeto do Executivo de pagamento aos fundos abutre, apesar da dívida enorme que isso implica.

Às 01:00 hora local, a câmara alta resolveu converter em lei por 54 votos a 16 a medida que revoga as leis Cerrojo e de Pagamento Soberano, segundo exigiu o juiz Thomas Griesa, e autoriza o Governo a contrair mais dívidas.

“Agora, a PAGAR!!”, publicou o canal Crônica que transmitiu ao vivo a votação e agregou outra frase: “Enquanto Macri voa (a Washington), os Abutres festejam”.

O Executivo agora deverá vender novos títulos de dívida para conseguir 12,5 bilhões de dólares e assim poder pagar à vista os fundos abutre e outros litigantes em Nova York, como os detentores italianos de títulos argentinos que não entraram nas trocas de 2005 e 2010.

Mas a equipe econômica presidida pelo ministro de Finanças, Alfonso Prat-Gay, está enfrentando problemas para reunir o dinheiro, segundo adiantaram fontes ao portal de notícias El Destape.

A medida causou ataques e piadas entre os senadores, mas o oficialismo conseguiu aprovar sua proposta graças aos votos da Aliança Cambiemos, aos que se somaram os legisladores do agora opositor Frente para la Victoria-PJ que anteciparam seu apoio.

Entre eles, o senador Rodolfo Urtubey defendeu seu o voto a favor e citou o ex-presidente Néstor Kirchner. “Ele dizia em 2003 que os mortos não podem pagar e hoje, em 2016, a Argentina não está morta pelas reformas que se empreenderam desde aquele momento. Por isso, pode ser pago”, considerou.

Entre os legisladores que expressaram seu apoio se encontram os peronistas de Salta, Catamarca, Terra del Fuego, Rio Negro, Entre Rios, Misiones, Tucumán, Corrientes e seus aliados de Santiago del Estero e La Pampa. O próprio chefe da bancada do FpV, Miguel Ángel Pichetto, votou a favor.

 

Em troca, o repúdio veio do kirchnerismo mais duro, representado pelas quatro senadores do La Cámpora e representantes por Buenos Aires, Chubut, Neuquén, Santa Cruz, Chaco e La Rioja – nos dois últimos casos, contra o pedido de seus governadores.

De fato, a senadora por Santa Cruz, María Ester Labado, avisou que apoiará um ditame de minoria já que a iniciativa governamental é arriscada.

“Querem nos vender uma crise para que compremos um endividamento caro e em maus termos”, argumentou.

Em sintonia, Anabel Fernández Sagasti (Mendoza) e Virginia García (Santa Cruz); cunhada do deputado Máximo Kirchner, filho dos ex-presidentes Néstor e Cristina Fernández, expressaram seu repúdio à iniciativa.

“Estão nos levando direto ao inferno”, protestou Sagasti.

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