Brasília (Prensa Latina) O Brasil vem registrando desde 2013 um aumento no número de casos de trabalho infantil entre crianças de cinco a nove anos de idade, denunciaram hoje organizações de proteção da infância.
Em 2015, ano da última pesquisa sobre o tema, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 80 mil menores desta faixa etárea estavam trabalhando, a maior parte delas (60%) nas regiões Norte e Nordeste do país.
A expressiva maioria destes casos corresponde a crianças que trabalham com suas próprias famílias nas plantações agrícolas, disse a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti), Isa Oliveira.
Oliveira disse em declarações à Agência Brasil que se trata de uma condição inaceitável, que deveria levar a decisões políticas e à implementação de ações e programas que deem uma resposta a essa grave situação.
De acordo com as estatísticas do IBGE, o número de trabalhadores precoces no Brasil corresponde aos cinco porcento da população que tem entre cinco e 17 anos de idade. Uma taxa estimada em 20% abaixo dos anos anteriores, mas que de acordo com especialistas pode voltar a aumentar.
Nesse sentido, o Fnpeti destacou que o país não cumpriu com a meta assinada junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) de eliminar as piores formas de ocupação infantil até 2016.
De acordo com o Ministério de Trabalho e Emprego, a meta foi reagendada para 2020 e a meta estabelecida para erradicar todas as formas de trabalho infantil para adiada para 2025.
O próprio ministério recordou que de 2006 a 2015 foram realizadas quase 47 mil ações de fiscalização que resultaram em quase 64 mil crianças e adolescentes resgatados de trabalho empregado em diversas tarefas.
Por sua vez, o Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador da pasta indicou que, desde 2007, cerca de 40 mil crianças e adolescentes sofreram algum tipo de acidente trabalhista. Mais da metade dessas ocorrências foram graves, o que incluiu amputação de mãos, braços e até casos de morte.