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sexta-feira, 29 março, 2024

Com filha no governo do Paraná, desembargador tira caso de Richa de Moro

 Richa e Alckmin tiveram seus casos remetidos à Justiça Eleitoral, onde as penas são brandas( Arnaldo Alves / ANPr)
por Redação — Carta Capital

Desembargador remeteu mais uma vez investigação contra ex-governador do PSDB à Justiça Eleitoral

O desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, determinou na terça 31 que a investigação contra o ex-governador Beto Richa, do PSDB, fosse novamente remetida à Justiça Eleitoral. O caso voltou recentemente às mãos de Sérgio Moro, mas sofreu nova intervenção.

O desembargador não se declarou suspeito para julgar o caso, mas sua filha, Camila Witchmen Penteado, ocupa um cargo no governo do Paraná desde novembro de 2017, quando Richa ainda era o mandatário estadual – ele deixou o cargo para disputar as eleições deste ano. Ela foi nomeada pelo próprio governador como assessora da Governadoria. Camila Penteado é filiada ao PSDB desde outubro de 2003.

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Em nota, Richa, provável postulante ao Senado nas eleições deste ano, afirmou que, “se esse parâmetro fosse determinante, todos os familiares de pessoas com cargos em comissão nomeados em todas as administrações públicas seriam suspeitos”.

Richa é investigado por crimes no processo de licitação para a duplicada de uma rodovia estadual no Paraná. Ele é acusado de ter recebido 2,5 milhões de reais da Odebrecht para favorecer a empreiteira no certame.

Em junho, o processo foi enviado à Justiça Eleitoral por Moro, que demonstrou contrariedade com a determinação da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça. A juíza eleitoral Mauyra Rocco Stainsack devolveu o processo a Moro. Com a decisão do desembragador Penteado, o caso voltou à Justiça Eleitoral.

Richa não é o único tucano favorecido pelo fato de ter tido seu caso remetido à Justiça Eleitoral, onde as penas são mais brandas. Apontado por delatores da Odebrecht como beneficiário de 10 milhões de reais em caixa dois nas campanhas ao governo paulista em 2010 e 2014, Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presiência pelo PSDB, teve o caso remetido para o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo em abril deste ano.

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