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quarta-feira, 24 abril, 2024

Colômbia: defender o meio ambiente custa a vida

Por Odalys Troya Flores Havana, 2 ago (Prensa Latina) Colômbia é um dos países mais biodiversos do mundo e ocupa primeiros lugares em espécies de aves, anfíbios, répteis, mamíferos e peixes de água doce, além de possuir 1.116 áreas protegidas que cobrem 15% do território nacional, no entanto preservar toda esta riqueza natural é um perigo que pode custar a vida.

Um recente relatório da Organização Não Governamental Global Witness revelou que 212 defensores da terra e o meio ambiente foram assassinados em 2019 no mundo, e Colômbia foi a nação com mais quantidade de casos.

Em 2019 perderam a vida no país sul-americano 64 ativistas, o número mais alto jamais registrado pela ONG, refere o documento titulado ‘Defender o Manhã. Crise climática e ameaças contra as pessoas defensoras da terra e do meio ambiente’.

A cifra representa 30% dos crimes a nível mundial e a maior parte ocorreram na região do Cauca.

De acordo com a análise, os grupos indígenas estão em risco e constituem a metade dos casos documentados, apesar de representar só 4,4% da população.

A ONG vincula a violência ao incumprimento do Acordo de Paz de 2016 atingido entre as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o Governo de Juan Manuel Santos.

Descreve que grupos do crime organizado e paramilitares são responsáveis por uma alta percentagem dos assassinatos.

Um aspecto finque do acordo de paz foi outorgar um incentivo para afastar os agricultores da plantação da folha da coca e assim reduzir a produção de cocaína e interromper o comércio de drogas, mas este programa de substituição de cultivos foi mal implementado, ao que se acrescenta a cultura de impunidade generalizada no país.

‘Alguns sustentam que esta impunidade é impulsionada por um governo que tenta classificar estes assassinatos como crimes localizados, em vez de considerar como parte de uma tentativa de vários atores de continuar reprimindo a mudança social de maneira violenta’, assinalou o relatório, o qual adverte sobre as crescentes ameaças que enfrentam as mulheres ativistas.

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