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quinta-feira, 18 abril, 2024

Cinco continentes contra o bloqueio norte-americano a Cuba

Neste sábado e domingo, mais de 50 países da Europa, África, Ásia e América juntaram-se às manifestações de solidariedade com Cuba. Foto: tirada da Internet

Uma grande caravana de branco, azul e vermelho, as cores da bandeira cubana, transmitiu uma mensagem forte além das fronteiras físicas e digitais: o bloqueio é cruel e é urgente revogar as sanções norte-americanas, reabrir a embaixada de Washington em Havana e restaurar o programa de reunificação familiar entre os cubanos.

O que aconteceu é uma demonstração de que cresce o entendimento sobre a natureza criminosa do bloqueio e sua tentativa de asfixiar economicamente Cuba. Foto: Ariel Cecilio Lemus

O resto do mundo deve ouvir. Joe Biden, em frente à Casa Branca, teve que ouvir. E, para conseguir isso, devemos estar unidos.

Por isso, desde o início deste ano, a convocatória para este evento global foi lançada no YouTube através do canal solidário Europa por Cuba.

O mundo exigiu a retomada da reaproximação com Cuba e a reversão da intensa agressividade de Donald Trump. Foto: Ariel Cecilio Lemus

Em fevereiro de 2021, essa iniciativa foi precedida por propostas semelhantes nos Estados Unidos e Canadá, embora as caravanas tenham começado há nove meses em Miami.

Caravana contra o bloqueio em Havana. Foto: Ariel Cecilio Lemus

A tomada do poder nos Estados Unidos, em 20 de janeiro, pelo presidente Joe Biden, aumentou as demandas em solo estadunidense e global, para que se retome a reaproximação com Cuba e se reverta a intensa agressividade de Donald Trump, cujo governo deixou, como herança cruel, ilegítima e arbitrária, mais de 240 medidas para intensificar essa política de asfixia.

Na França, Itália, Rússia, Suécia, Irlanda, Bélgica, Alemanha, Suíça, Espanha e Reino Unido, entre outras nações, também foram relatadas atividades contra a política intervencionista dos Estados Unidos. Foto: Tirada da Internet

A LUTA PELA JUSTIÇA NOS JUNTA

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, destacou, em seu perfil no Twitter, que neste fim de semana, em cinquenta cidades do mundo, haveria caravanas, e agradeceu aos compatriotas na emigração e aos amigos de todas as nacionalidades. «A luta pela justiça nos une», escreveu.

«O que está acontecendo é muito importante, uma demonstração de que cresce o entendimento sobre a natureza criminosa desse bloqueio e sua tentativa de asfixiar economicamente nosso país», disse Fernando González, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) e Herói da República de Cuba.

Conforme comentou, no sábado, pelo menos 31 países da Europa, África e América Latina aderiram às manifestações de solidariedade; enquanto no domingo foram incorporadas mobilizações nos Estados Unidos, Canadá e América Latina, principalmente.

«Em um momento da história em que tanto ódio é fomentado e as modernas tecnologias de comunicação são utilizadas para difundir sentimentos irracionais, assumem grande importância as mensagens de amor, solidariedade, apoio e compreensão», afirmou, acrescentando que a força desta iniciativa «não pode ser ignorada».

Foto: tirada da Internet.

AMÉRICA: QUANTO MAIS PRÓXIMA, MAIS FORTE O SENTIMENTO

De Havana, a União dos Jovens Comunistas de Cuba (UJC) pediu para estender o impacto deste dia global. Assim, no domingo, 28, a partir das dez horas da manhã, foi realizada uma jovem caravana que se deslocou do cais flutuante, em Havana Velha, ao Torreón de la Chorrera. A iniciativa valorizou o gesto de solidariedade de outros países.

Um forte dia de apoio e compreensão se desenvolveu, por exemplo, o Movimento de Amizade e Solidariedade Mútua Venezuela-Cuba. «A Ilha maior das Antilhas têm a admiração dos povos do mundo e, sobretudo, daqueles países onde a mão amiga, solidária e humana do povo cubano está presente», disse à imprensa o ativista Yhonny García Calles. E anunciou a realização de uma videoconferência a fim de denunciar as agressões econômicas dos Estados Unidos e seu financiamento de grupos mercenários.

Grupos da Nicarágua, Costa Rica, Honduras, Dominica, Equador, Chile, El Salvador, México, Argentina e Brasil, entre outras nações, também se manifestaram contra o bloqueio.

Em nota enviada da Dominica, afirmava-se: «Nós, patriotas cubanos, somos iguais dentro e fora de nosso país».

Foto: tirada da Internet.

Do Peru, foi transmitida a mensagem da Coordenadora Nacional de Solidariedade com Cuba, do grupo de intelectuais Solicuba e do Partido Comunista-Pátria Vermelha: «Um povo com consciência é inflexível, sr. Biden. Pare com sua perfídia e agressão contra Cuba».

Em Rosário, Argentina, berço do Guerrilheiro Heróico Ernesto Guevara, membros da Multisetorial de Solidariedade com Cuba e a Pátria Grande também manifestaram sua rejeição a essa política intervencionista.

Miami se juntou à caravana global que exigia o fim do bloqueio norte-americano a Cuba em 54 cidades ao redor do mundo, publicou neste domingo no Twitter a embaixada cubana nesse país do Norte.

A fonte diplomática explicou que esta marcha foi organizada por residentes cubanos e pessoas de grupos solidários. Também lembrou que persistem as 242 medidas do governo Trump, que limitam o intercâmbio acadêmico e científico e privam o povo norte-americano de receber os benefícios dos produtos biotecnológicos e farmacêuticos cubanos.

EUROPA: QUANDO JUSTIÇA É FEITA, BAIXAS TEMPERATURAS NÃO IMPORTAM

Sob o tremendo frio da Europa, amigos de Cuba realizaram eventos públicos, escalaram morros e compartilharam mensagens nas redes sociais, como um sinal de sua posição contra as agressões estadunidenses.

Na França, Itália, Rússia, Suécia, Irlanda, Bélgica, Alemanha, Suíça, Espanha e Reino Unido, entre outras nações, também foram relatadas atividades.

Na esplanada do Atomium em Bruxelas, cubanos residentes na Bélgica e organizações de solidariedade gritaram Cuba Sim, bloqueio Não e Não mexa com Cuba.

Da Alemanha, organizações de esquerda promoveram ações como o evento no Portão de Brandenburgo, em Berlim, onde também foram lembrados os líderes comunistas Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, segundo precisou o site da chancelaria.

O que aconteceu nos campos ao redor de Moscou foi especialmente significativo, onde um balão de ar quente foi erguido com a imagem de Che Guevara e a mensagem Abaixo com o bloqueio! O embaixador de Cuba naquele país, Julio Garmendía, compartilhou as imagens emocionantes no Twitter.

Já na Suíça, foram denunciados os bancos que se recusaram a realizar operações com a nação caribenha, por medo de serem sancionados pela política extraterritorial norte-americana.

Entretanto, em frente ao Centro de Convenções, sede provisória do Parlamento em Dublin, Irlanda, parlamentares e membros da solidariedade reiteraram a sua rejeição do cerco ao nosso arquipélago.

ÁFRICA SEMPRE ENTRAINÁVEL

Na África, ativistas de Angola, África do Sul, Namíbia, Gâmbia e Tunísia participaram da grande jornada de solidariedade. Um tour em veículos com cartazes com mensagens a favor de Cuba, foi realizado na cidade de Kilamba, Angola.

Da capital da Namíbia, Windhoek, uma caravana também foi vista passando pela Avenida Independência e pela rua Fidel Castro, com bandeiras dos dois países e cartazes condenando o bloqueio.

«Unimo-nos a todas as pessoas amantes da paz do mundo para, junto com elas, lutar contra o cerco econômico, comercial e financeiro que Washington impõe à Ilha caribenha», sublinhou em mensagem a Associação de Amizade Gâmbia-Cuba, segundo o site do ministério das Relações Exteriores.

A Associação Egípcia de Cubanos também emitiu um comunicado, no qual se lê que «no século 21, a cooperação e o diálogo internacionais devem prevalecer para enfrentar os desafios comuns que afetam os países».

ÁSIA: O PODER DA MÍDIA CONTRA O BLOQUEIO

O poder dos meios de comunicação para ampliar o alcance da denúncia de Cuba contra o bloqueio ficou evidente desde a Ásia, onde as representações diplomáticas cubanas multiplicaram a verdade de nossa nação dessas latitudes.

Nos dias próximos a esta mobilização global, foi realizada uma reunião da embaixada cubana na China com 20 correspondentes de 13 meios de comunicação chineses e estrangeiros, para abordar a ampla rejeição internacional da política hostil dos Estados Unidos e seu mais recente surto no contexto do pandemia.

A missão estatal cubana na Tailândia juntou-se à caravana internacional Pontes de Amor, que exigia o fim do bloqueio.

Historicamente, a causa de Cuba contra o bloqueio uniu muitas pessoas de bom coração na luta contra uma política tão absurda. Este 2021, em meio a uma pandemia de proporções inusitadas, a crise agravada que atravessa a Ilha devido ao esforço de interferência dos Estados Unidos, os convoca novamente e seu alcance é mundial.

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