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quinta-feira, 28 março, 2024

Cem anos de Parra, a Violeta de Maio

Divulgação
Esta quarta-feira (4) marca os cem anos de Violeta Parra
Filha de um professor de música e de uma camponesa e cantora popular, Violeta Parra começou a atuar com os irmãos em bares e restaurantes, aos nove anos. Com o nome Violeta de Maio, em 1943 percorreu o país a cantar músicas espanholas, uma digressão que pode ter despertado em Violeta a ânsia de conhecer melhor as raízes da música chilena.

Em 1952, com 35 anos, iniciou esses estudos. De sítio em sítio, recolheu as sementes do folclore andino junto dos camponeses de aldeias remotas e das comunidades mineiras. Este percurso resultou para Violeta Parra uma nova abordagem da música chilena.

Através da cantautora, a música tradicional andina abre-se ao mundo e regista-se numa espécie de testamento que Violeta edita em 1979, Cantos Folklóricos Chilenos.

Agradeceu a vida por cantar, mas nem só de música se preencheu o percurso da Violeta de Maio. Etnógrafa, compositora, tecelã, ceramista, poetisa e pintora, Parra destacou-se por ser a primeira artista latino-americana a expor individualmente no Museu de Artes Decorativas do Palácio do Louvre.

Mas também por ser porta-voz das dificuldades e desigualdades sociais. “Me gustan los estudiantes” é uma das canções de Violeta, eternizada pela cantora argentina Mercedes Sosa, que em 2011 foi escolhida para hino da luta dos estudantes chilenos contra a crise na Educação, provocada pelo governo de Sebastián Piñera.

Intitulado As últimas composições de Violeta Parra, o último disco saiu pouco tempo depois da sua morte, por suicídio, em Fevereiro de 1967. Numa tradução livre do poema de Nicanor Parra, seu irmão mais velho, podemos dizer que “todos os adjetivos e substantivos são poucos para descrever Violeta Parra”.

Ouça seis canções: 

Do Portal Vermelho, com Esquerda

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