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sexta-feira, 29 março, 2024

Brasil fica para trás em exportações de maior complexidade. A China fez caminho inverso

Houve uma interrupção na trajetória contínua de perda de posição das exportações do Brasil no ranking de complexidade econômica que ocorreu entre 1995 e 2008. Depois de termos ocupado a 25ª posição em 1995, recuamos à 48ª colocação em 2008 e para o 50º lugar em 2014. Os dados mais recentes, de 2018, mostram que o país está na 49º posição.

A China fez o caminho inverso. A líder global na exportação de manufaturados registrou avanço ininterrupto no ranking de complexidade entre 1995 e 2014, passando da 46ª para a 18ª posição, na qual se manteve em 2018.

Ou seja, enquanto em 1995 a China precisaria subir 21 posições para alcançar o Brasil, em 2018 era o Brasil que precisaria ascender 31 posições para alcançar a China. A análise consta da Carta Iedi, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

“Embora a China tenha se tornado o principal mercado de destino de exportações brasileiras de commodities desde 2009, sua consolidação como produtora e exportadora de produtos manufaturados tem afetado negativamente a indústria brasileira por dois canais: a invasão de importados chineses no nosso mercado interno e o crescimento das exportações chinesas para as três principais regiões de destino das vendas externas brasileiras de bens manufaturados – Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai), Aladi (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela) e Nafta (Estados Unidos, Canadá e México)”, ressalta a Carta.

O Iedi destaca a importância de alavancar a competitividade da estrutura produtiva brasileira, “o que requer não somente preços macroeconômicos (taxas de juros e de câmbio) em patamares favoráveis e estáveis para as exportações, mas também reformas estruturais, como a tributária, e políticas industrial, tecnológica e ambiental que respondam aos desafios das novas tecnologias e da mudança climática”.

Instrumentos mais amplos de financiamento às exportações e integração com outros mercados por meio de acordos comerciais possibilitariam uma abertura horizontal, transparente e gradual, defende a entidade.

Fonte: Monitor Mercantil

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