© Sputnik/ Vladimir Astapkovich
Segundo especialista brasileiro em assuntos internacionais, Marco Simões, a reeleição do presidente russo Vladimir Putin será favorável para a estabilidade mundial e, desta maneira, para o Brasil também, pois o país já sabe como atua o líder russo e sua percepção de governo.
O analista recordou que historicamente as relações entre Brasil e Rússia foram fortes: Putin esteve no país em duas ocasiões, em 2004 e 2014, assim como o presidente Dmitry Medvedev (2008-2012), enquanto todos os presidentes da democracia brasileira, desde José Sarney (1985-1990) até o atual presidente Michel Temer, passaram por Moscou.Para Simões, a razão disso é que os dois países se complementam — a Rússia é o maior país do mundo, mas não dispõe de uma superfície cultivável tão grande, enquanto o Brasil é um dos principais produtores de alimentos.
Por outro lado, a Rússia é uma potência a nível militar, químico e tecnológico — áreas de grande interesse para o Brasil. Neste sentido, a relação deve se consolidar ainda mais nos próximos anos, pois Putin sempre parecia apostar nisso, acredita Simões.
No entanto, a crise econômica e política que o Brasil experimentou recentemente prejudicaram as relações entre os dois países.
Assim, antes a relação entre os dois estados era mais simétrica, enquanto agora a Rússia, por razões históricas, desempenha o papel de protagonista na arena internacional, opinou Simões à Sputnik Mundo.O analista enfatiza que a Rússia é o único país que tem fronteiras com todas as outras potências, inclusive EUA, China e Europa. Além de boa localização geopolítica, a Rússia, é uma potência militar, enquanto o Brasil permanece uma potência regional, acrescentou Simões.
Com 99,75% das urnas apuradas, Putin obtém 76, 66% dos votos nas eleições presidenciais, segundo os últimos dados da Comissão Eleitoral Central russa.