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quinta-feira, 28 março, 2024

Ambientalistas venezuelanos rechaçam concessão a empresa mineradora canadense

  

Paulo Emanuel Lopes
Adital

Em uma área ecologicamente rica conhecida, como é o “Esequibo venezuelano”, no Estado de Bolívar, próximo à fronteira com a Guiana, o governo do presidente Nicolás Maduro acaba de outorgar uma concessão a uma indústria mineradora canadense. A Gold Reserve foi autorizada a extrair ouro, bem como duas empresas chinesas e uma congolesa, despertando o alerta de ambientalistas venezuelanos.

Segundo o governo, apesar de se tratar de uma exploração a céu aberto, a área será supervisionada, para que não haja contaminação, e se trataria de alcançar o chamado “ecossocialismo”.Será constituída uma empresa de capital misto para exploração da área, com 45% de participação da Gold Reserve e 55% do governo venezuelano, seguindo a legislação local. Espera-se um investimento de 2 bilhões de dólares na nova empresa. Foi acertado ainda um empréstimo neste mesmo valor ao governo revolucionário da Venezuela.

reproduçãoA empresa canadense possuía uma contenda com o governo venezuelano, que havia revogado a concessão aurífera da empresa na região. O anúncio ocorreu após uma negociação, que pôs fim à contenda entre o governo e a empresa.

“Não se outorgam concessões ambientais para a exploração de minas a céu aberto porque isto causa degradação ambiental”

A declaração acima foi dada por Ana Elisa Osorio, quando era ministra do Meio Ambiente da Venezuela, explicando as razões para a revogação da permissão ambiental da empresa Gold Reserve. “Essas permissões não são negociáveis, pois afetam o meio ambiente e as comunidades que lá vivem”, informou a então ministra.

Em outras palavras, para a exploração a céu aberto, a empresa utilizará um processo convencional, que implica remover a cobertura vegetal da região, o que ocasiona, por sua vez, crateras de grandes extensões. Há ainda o risco de contaminação das águas, através da aplicação de cianureto, uma substância tóxica que permite retirar o ouro do material revolvido.

O processo é tão agressivo socioambientalmente que essa modalidade é proibida em vários países no mundo, entre eles o próprio Canadá, de onde provém a Gold Reserve.

Com informações da Fundación Azul Ambientalista

Paulo Emanuel Lopes

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