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sexta-feira, 29 março, 2024

A 16 anos da derrota da ALCA a América Latina respira luta

Por Maylín Vidal

Buenos Aires, 5 nov (Prensa Latina) Dezesseis anos depois do grande revés que a derrota da ALCA significou para os Estados Unidos na cúpula de Mar del Plata, a América Latina hoje respira luta no caminho para a construção da Pátria Grande.

Com o avanço dos governos neoliberais que destruíram todo o progresso feito em direção à unidade e a nova instalação de guerras judiciais (lei) que buscam proscrever os líderes políticos, o retorno à democracia na Bolívia após o golpe contra Evo Morales e a libertação de Luis Inácio Lula da Silva no Brasil dão força hoje ao movimento progressista no continente.

Aos 16 anos desde a derrota política dos Estados Unidos sob George W. Bush em Mar del Plata, diante de presidentes como Néstor Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela) e Lula, que não se deixaram vencer, a América Latina está passando por tempos de esperança.

Hoje, várias personalidades lembram aqueles dias em que um tratado foi rejeitado na Cúpula das Américas que previa imposições comerciais, mas também outras ainda maiores, promovidas pelos Estados Unidos e grupos econômicos que teriam consequências terríveis, algo que os líderes latino-americanos naquela reunião previram.

Essa decisão daria impulso a vários movimentos populares e de esquerda na Bolívia, Paraguai, Equador, Nicarágua e El Salvador, entre outros. A Venezuela aderiu ao Mercosul, foi criada a Unasul e, posteriormente, a Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe.

Muito aconteceu desde a frase histórica de Chávez “ALCA al carajo”. Os desafios de hoje são muitos. O ex-presidente equatoriano Rafael Correa, que está visitando Buenos Aires, deixou isso claro ontem em uma entrevista na estação de rádio AM750.

Correa advertiu que hoje existe um plano regional que visa destruir os líderes de centro-esquerda da América Latina com a cumplicidade do Judiciário e dos grandes monopólios da mídia.

O ex-presidente advertiu sobre a investida contra presidentes e ex-presidentes no continente, que em sua opinião constitui uma nova versão do Plano Condor e tem duas pernas: o eixo da mídia que procura destruir, gerar consenso, e o eixo judicial onde juízes temerosos ou abertamente corruptos copiam as manchetes da imprensa.

Nestes tempos turbulentos no continente mais desigual, golpeado pela Covid-19, a esperança de uma região melhor ainda está viva e bem, e esta é também a visão de outro dos líderes daquele evento histórico em Mar del Plata, que estava presente naquela reunião quando ainda não estava pensando em se tornar presidente da Bolívia.

Visitando também a Argentina para apresentar um livro sobre como ele conseguiu deixar seu país após o golpe de Estado de 2019, Evo Morales expressou sua convicção de que “não estamos longe de voltar aos tempos de Néstor Kirchner, Hugo Chávez e Lula”. Apesar da investida do império, ele previu que no próximo ano Lula será novamente presidente.

Precisamente nesta sexta-feira, Morales recordará os 16 anos da derrota da chamada Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) em um evento a ser realizado no Parque Municipal General Güemes, na cidade de Avellaneda, em Buenos Aires, liderado pela Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), e que também contará com a presença de Correa.

Em outro aniversário desses eventos em Mar del Plata, organizações políticas e personalidades estão chamando hoje para fortalecer com perseverança e disciplina a unidade necessária entre os povos fraternais da América Latina para continuar lutando pela construção da Pátria Grande.

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